Barack Obama promulgou, terça-feira, a lei que eleva o limite máximo da dívida pública dos Estados Unidos. A assinatura teve lugar poucas horas depois de o diploma ter sido favoravelmente votado no Senado norte-americano. A aprovação nas duas câmaras do Congresso, quase no final do prazo, põe fim ao espectro de um incumprimento dos EUA que poderia ser catastrófico para a economia mundial.
“O presidente assinou o texto que passou a ser lei” declarou à imprensa o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Pouco antes, o Senado dos EUA tinha aprovado a proposta de lei, por 74 votos contra 26, um dia depois de a Câmara dos Representantes ter feito o mesmo, por 269 votos contra 161.
Obama defende criação de empregos
Após a aprovação do texto que prevê cortes orçamentais, mas nenhum aumento dos impostos, Barack Obama exortou o Congresso a que tome medidas para estimular a economia e criar empregos.
“Temos de fazer tudo o que estiver em nosso poder para fazer crescer esta economia e pôr de novo a America a trabalhar” disse o presidente, que antes tinha criticado os congressistas por se terem envolvido numa guerra por causa do défice e das despesas públicas em vez de se concentrarem no problema do desemprego.
Ao aceitar “in extremis” as exigências dos Republicanos, Obama conseguiu evitar um incumprimento que seria catastrófico para os EUA e para a economia mundial, mas enfrenta agora as críticas de muitos democratas. A sua base de apoio acusa-o de ter traído os princípios e “cedido em quase tudo”, ao consentir em cortes substanciais nos programas de assistência pública sem que sejam lançados impostos sobre os mais ricos. No discurso que fez após a aprovação do diploma, Obama saudou como “um importante primeiro passo”, o compromisso de elevar o tecto do endividamento publico, mas acrescentou que “os sacrifícios exigidos para reduzir o défice dos EUA devem ser “partilhados de forma justa” na sociedade americana, “incluindo pelos mais ricos”.
Agência Fitch mantém "rating" dos EUA
Reagindo ao aumento do tecto da dívida pelo Congresso, a agência de notação financeira Fitch anunciou que vai manter a nota máxima de AAA para a divida dos EUA, mas avisou que a maior economia mundial terá de reduzir o seu endividamento, ou acabará por sofrer uma redução do “rating”.
O voto de confiança da Fitch não afasta no entanto receios de que as outras agências de “rating” possam ainda a vir a baixar a nota dos Estados Unidos.
Embora a nova lei estipule níveis de endividamento que devem ser suficientes até 2013, o que afasta para já o receio de um incumprimento por parte dos EUA, os cortes orçamentais previstos representam apenas metade dos quatro triliões de dólares que as agencias Standard & Poor’s e Moody’s tinham declarado necessários para manter a dívida do país em AAA e com um “outlook” positivo.
FMI saúda acordo
Entretanto a nova diretora geral do FMI, já saudou o acordo obtido no Congresso dos EUA como “uma boa noticia para a economia americana e mundial”.
Christiane Lagarde afirma que os EUA devem agora “prosseguir os esforços de reequilíbrio orçamental, incluindo objetivos claros sobre a dívida e o défice a médio prazo”. No mesmo comunicado Lagarde apela também a que sejam feitas economias nas áreas da proteção social e a que sejam criadas novas fontes de receita fiscal.
Fonte: RTP Noticias
sábado, 6 de agosto de 2011
Obama promulgou a lei que evita o incumprimento
19:09
Procuradoria Camocim
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